Papel das crianças na transmissão do coronavírus confunde cientistas - Cabeça de Criança

Papel das crianças na transmissão do coronavírus confunde cientistas

Papel das crianças na transmissão do coronavírus confunde cientistas



Papel das crianças na transmissão do coronavírus confunde cientistas
Imagem de Adalhelma por Pixabay

Um estudo na Coreia do Sul concluiu que as crianças podem carregar o novo coronavírus no nariz por até três semanas, já pesquisas anteriores constataram que a maioria dos jovens contaminados apresenta sintomas leves ou nenhum sintoma. Segundo a BBC, as novas descobertas lançam luz sobre o papel das crianças na transmissão do coronavírus, uma questão que ainda confunde os cientistas.

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O presidente do Royal College of Paediatrics and Child Health, Russell Viner, enumera três perguntas que estão conectadas quando o assunto envolve crianças e Covid-19: as crianças pegam o coronavírus? Com qual gravidade? Elas transmitem para outras pessoas?

Embora tenhamos certeza de que as crianças podem se infectar com o coronavírus, o professor diz que os dados dos exames sorológicos sugerem que elas podem ser menos suscetíveis do que os adultos – especialmente crianças com menos de 12 anos.

A terceira questão, abordada pelo estudo sul-coreano, é a que continua mais nebulosa. A pesquisa, com a participação de 91 crianças, constatou que o coronavírus pode ser encontrado no nariz das crianças até três semanas depois. Diante disso, concluiu que elas são capazes de transmitir a doença.

Uma questão persiste

No entanto, assim como outros estudos, ainda falta uma peça no quebra-cabeça científico. O fato de o coronavírus ter sido encontrado no nariz de uma criança não prova definitivamente que ela transmite a doença como os adultos.

A médica Roberta DeBiasi, chefe da divisão de doenças pediátricas do Children’s National Hospital em Washington, nos Estados Unidos, refuta a ideia de que crianças não têm qualquer papel na transmissão, já que carregam o coronavírus.

Por outro lado, o professor de saúde da Universidade de Liverpool, Calum Semple, diz que a presença do material genético no trato respiratório não é sinônimo de transmissão, sobretudo em pessoas que não apresentam sintomas significativos.

Afinal, podemos tirar alguma conclusão? A lógica diz que pessoas com sintomas mais leves – o que é o caso das crianças – tendem a ser menos infecciosas. Mas que, ainda assim, um número significativo de pessoas assintomáticas pode ter um efeito considerável na taxa de infecção. Ou seja, a questão sobre o papel das crianças na transmissão do coronavírus continua em aberto. A resposta será vital para controlar novos surtos da doença.

Para Roberta DeBiasi, embora a “grande maioria das crianças infectadas tenha uma doença leve ou não detectada”, elas podem desempenhar um papel “importante” em permitir a disseminação da infecção nas comunidades.

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